
Você já ouviu falar sobre o que é VLAN, mas não compreende ao certo o que significa ou por que essa sigla é tão usada em redes corporativas?
Mais do que um conceito técnico, VLAN é a resposta para segmentar e proteger ambientes digitais sem precisar mexer na estrutura física dos equipamentos.
Ao longo deste guia, você descobrirá como a VLAN funciona, quais são os tipos existentes, como configurá-la no roteador e até como identificar a VLAN ativa no seu computador.
Se você gerencia uma rede ou quer aprofundar seus conhecimentos em infraestrutura de TI, este conteúdo vai direto ao ponto. Veja, neste artigo:
- O que é VLAN e para que serve?
- LAN vs VLAN: qual a diferença?
- Tipos de VLAN;
- Como funciona a VLAN?
- VLAN no roteador e no switch
- Como configurar uma VLAN;
- O que é habilitar o VLAN no roteador?
O que é VLAN?
VLAN (Virtual Local Area Network) é uma tecnologia que permite agrupar diferentes dispositivos em sub-redes lógicas, ainda que estejam fisicamente conectados à mesma infraestrutura de rede, como switches e cabos.
Em vez de depender da localização física dos equipamentos, a Virtual Lan permite segmentar a rede com base em critérios lógicos e funcionais. Na prática, o conceito de VLAN serve para dividir uma única rede física em várias redes virtuais independentes.
Cada grupo pode ser organizado por setor, nível de acesso, tipo de serviço ou perfil de uso. Dessa forma, essa segmentação facilita o gerenciamento da rede, além de aumentar a segurança ao isolar o tráfego entre grupos.
Qual a diferença de LAN vs VLAN?
A principal diferença entre LAN e VLAN está na forma como a rede é estruturada e segmentada.
- Uma LAN (Local Area Network) é uma rede local física que conecta dispositivos em um mesmo ambiente geográfico, como uma casa, escritório ou prédio. Portanto, todos os dispositivos dentro dessa rede compartilham o mesmo espaço lógico e conseguem se comunicar diretamente, desde que estejam conectados ao mesmo switch ou roteador;
- Já a VLAN (Virtual LAN) é uma rede virtual criada dentro de uma LAN. Ela permite agrupar dispositivos em sub-redes isoladas, mesmo que todos estejam fisicamente conectados ao mesmo equipamento. Cada VLAN forma um ambiente lógico separado, com seu próprio domínio de broadcast, o que ajuda a reduzir o tráfego desnecessário, aumentar a segurança e melhorar o controle da rede.
Portanto, enquanto a LAN depende da estrutura física, a VLAN oferece flexibilidade e segmentação lógica, permitindo que dispositivos distantes entre si participem da mesma rede virtual, conforme regras definidas por configuração.
Tipos de VLAN
Existem diferentes tipos de VLANs, cada uma com uma função específica dentro da rede. Assim, a classificação varia conforme o critério de segmentação, o tipo de tráfego ou a finalidade da sub-rede. Portanto, tabela a seguir resume os principais tipos:
- VLAN de dados: Separa dispositivos de acordo com funções, como setores da empresa (RH, TI, Financeiro).
- VLAN de voz: Isola o tráfego de telefonia IP (VoIP), garantindo qualidade e prioridade.7
- VLAN de gerenciamento: Destinada ao acesso e controle de equipamentos de rede, como switches e roteadores.
- VLAN nativa: Utilizada para tráfego sem marcação (sem VLAN ID) em portas trunk; definida por padrão no switch.
- VLAN de segurança (ou isolada): Restringe a comunicação entre dispositivos dentro da própria VLAN, comum em redes de visitantes.
- VLAN de teste (ou temporária): Criada para ambientes de laboratório, diagnóstico ou implantação controlada.
Como funciona a VLAN?
Para entender a VLAN, é importante saber que ela cria redes virtuais dentro de uma mesma infraestrutura física. Cada segmento funciona de forma independente, permitindo organizar e proteger o tráfego de dados.
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- Segmentação: uma única rede física, como um switch, é dividida em segmentos virtuais menores, chamados VLANs.
- Identificação: cada pacote de dados recebe uma etiqueta (VLAN ID) que indica a qual VLAN pertence.
- Encaminhamento: o switch lê o VLAN ID e envia o tráfego apenas para os dispositivos da mesma VLAN, garantindo isolamento entre os segmentos.
- Tipos de portas:
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- Portas de acesso (Access Ports): conectam dispositivos finais a uma única VLAN.
- Portas de tronco (Trunk Ports): transportam tráfego de múltiplas VLANs entre switches ou para roteadores, mantendo as tags VLAN para o destino correto.
Com essa estrutura, diferentes grupos de usuários podem compartilhar a mesma infraestrutura física sem que seus dados se misturem, mantendo a rede organizada e segura.
Quais os benefícios de VLAN?
Implementar VLANs traz diversas vantagens para empresas e redes corporativas. Além de organizar e segmentar a rede, elas ajudam a melhorar desempenho, segurança e flexibilidade. Confira os principais benefícios:
- Segurança aprimorada: o tráfego de cada VLAN fica isolado, reduzindo o risco de acessos não autorizados e ataques internos.
- Melhor gerenciamento de rede: é possível organizar usuários e dispositivos por função, departamento ou tipo de serviço, facilitando a administração.
- Redução de broadcast: VLANs limitam o tráfego de broadcast a segmentos específicos, melhorando o desempenho da rede.
- Flexibilidade e escalabilidade: dispositivos podem ser movidos ou reorganizados virtualmente sem alterar a infraestrutura física.
Qualidade de serviço (QoS): é mais fácil priorizar certos tipos de tráfego, como voz ou vídeo, garantindo melhor desempenho. - Economia de recursos: evita a necessidade de criar redes físicas separadas para cada grupo, reduzindo custos com equipamentos.
VLAN no roteador e no switch
Para implementar VLANs de forma funcional em uma rede, é necessário entender o papel tanto do switch quanto do roteador. Embora ambos lidem com VLANs, cada um atua em momentos diferentes do tráfego de dados.
Portanto, switch é responsável por segmentar a rede em sub-redes lógicas, enquanto o roteador entra em ação quando essas sub-redes precisam se comunicar entre si.
A seguir, veja como a VLAN funciona em cada equipamento.
VLAN no Roteador
A Virtual Lan no roteador é usada principalmente para realizar o roteamento entre redes virtuais distintas, o chamado roteamento inter-VLAN.
Quando diferentes VLANs precisam se comunicar, o roteador age como intermediário, aplicando regras de acesso e segurança entre elas.
Para isso, é necessário que o roteador reconheça os VLAN IDs e esteja configurado para receber tráfego de múltiplas VLANs por meio de uma porta trunk.
Modelos mais avançados oferecem suporte nativo a Virtual Lan; em roteadores residenciais, essa função pode exigir a instalação de firmware customizado.
VLAN no Switch
O switch é o equipamento onde a VLAN é realmente aplicada no nível da segmentação. É nele que se define a qual Virtual Lan cada porta pertence, criando grupos de dispositivos isolados logicamente.
Em switches gerenciáveis, é possível configurar portas de acesso (ligadas a uma única VLAN) e portas trunk (que carregam tráfego de múltiplas VLANs). Essa estrutura permite separar o tráfego da rede, reduzir interferências e aumentar a segurança interna.
Exemplos de uso de VLAN
As VLANs têm várias aplicações, tanto em empresas quanto em escolas, hospitais e redes de convidados. Portanto, confira alguns exemplos de aplicação de VLAN.
- Separação por departamento: em empresas, é comum criar VLANs distintas para setores como financeiro, marketing e TI. Esse aspecto garante que o tráfego de cada área seja isolado e mais seguro.
- Redes de convidados: em empresas ou escolas, uma Virtual Lan pode ser dedicada a visitantes, permitindo acesso à internet sem comprometer a rede interna principal.
- Controle de dispositivos IoT: sensores, câmeras e outros dispositivos conectados podem ser organizados em VLANs específicas, evitando interferência com a rede de computadores.
- Ambientes de ensino e laboratórios: escolas e universidades podem usar VLANs para segmentar redes de alunos, professores e laboratórios, mantendo o tráfego controlado.
- Hospitais e clínicas: separar equipamentos médicos, administrativos e redes de convidados ajuda a proteger dados sensíveis e garantir desempenho adequado da rede.
Como configurar uma VLAN
Apesar de ser um processo que varia conforme o fabricante, configurar a VLAN segue uma lógica e sequência geral: acessar o dispositivo, criar a VLAN, atribuir as portas e, se necessário, configurar o roteamento entre as redes virtuais.
Abaixo, veja como cada etapa funciona na prática!
1. Acesso ao dispositivo
O primeiro passo é acessar o equipamento que permitirá a configuração da Virtual Lan, geralmente um switch gerenciável ou um roteador com suporte a VLAN.
Pode ser feito por meio da interface web, SSH ou console, dependendo do modelo. Lembre-se: é necessário ter permissões de administrador para visualizar e alterar as configurações de rede.
2. Criação da VLAN
Uma vez com acesso ao equipamento, o próximo passo é criar uma nova Virtual Lan, definindo um identificador (VLAN ID), geralmente um número entre 1 e 4094.
Alguns sistemas também permitem dar um nome descritivo à VLAN, facilitando a organização, especialmente em ambientes com múltiplas redes virtuais.
3. Atribuição de portas
Após a criação, é preciso atribuir as portas físicas do switch à Virtual Lan correspondente. Portas de acesso são configuradas para aceitar apenas um VLAN ID, conectando dispositivos finais como computadores ou impressoras.
As portas trunk transportam o tráfego de múltiplas VLANs entre switches ou entre um switch e um roteador.
4. Configuração de roteamento
Se houver necessidade de comunicação entre as VLANs, será preciso configurar o roteamento inter-VLAN. Portanto, essa etapa pode ser feita em um roteador com suporte ou em um switch de camada 3.
Cada VLAN deve conter um endereço IP atribuído, funcionando como gateway para os dispositivos daquele grupo. A rede define as regras de acesso e as rotas conforme suas políticas.
O que é habilitar o VLAN no roteador?
Habilitar o Virtual Lan no roteador significa ativar a função que permite identificar e tratar pacotes com VLAN ID, ou seja, dados que pertencem a redes virtuais distintas dentro da mesma estrutura física.
Com esse recurso, o roteador pode separar o tráfego de diferentes Virtual Lans e permitir, quando necessário, que elas se comuniquem entre si. Esse processo é conhecido como roteamento inter-VLAN.
Essa função torna-se indispensável a partir do momento em que o roteador recebe dados por uma porta trunk, que carrega pacotes de várias VLANs.
Equipamentos mais avançados oferecem essa configuração nativamente; em modelos domésticos, pode ser necessário instalar firmwares alternativos.
A importância das VLANs para redes modernas
No fim, compreender o conceito do o que é VLAN é perceber como as redes evoluíram para lidar com complexidade, sem perder agilidade.
VLAN é expressão de uma lógica ampla: a de que infraestrutura de rede não é apenas suporte, mas arquitetura de inteligência. E, como toda arquitetura, ela depende de uma base sólida.
É por isso que empresas de diferentes portes contam com provedores especializados como a Alares, que oferece soluções corporativas com alta estabilidade e suporte dedicado.
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