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Última atualização: 22/03/24 às 02:03

Cyberbullying é o uso de tecnologia e da internet para assediar, ameaçar ou difamar outros indivíduos de maneira repetida e prejudicial.

Com o avanço da tecnologia e o acesso generalizado à internet, as interações online tornaram-se uma parte significativa da vida de crianças, adolescentes e adultos. 

No entanto, essa mesma tecnologia também abriu portas para o cyberbullying, comportamento que envolve o uso de dispositivos eletrônicos e plataformas online para assediar, intimidar ou prejudicar outras pessoas. 

Neste artigo, você poderá entender um pouco mais sobre o cyberbullying, explorando o que é, onde é mais comum e suas práticas mais frequentes.

O que é cyberbullying

Cyberbullying é uma forma de assédio, em que alguém usa da tecnologia digital, como redes sociais, para prejudicar ou humilhar outra pessoa. 

De acordo com uma pesquisa realizada pelo IBGE e compartilhada pela Agência Brasil em 2021, em média, 1 em cada 10 adolescentes já se sentiu humilhado e recebeu ameaças na internet, em plataformas de jogos e redes sociais.

Além disso, 24% dos jovens afirmaram admitiram ter praticado difamação, zombaria com base na aparência, marcação em fotos vexatórias e ameaças contra outros adolescentes.

Os motivos alegados pelos entrevistados para justificar seu envolvimento nesses comportamentos incluíam autodefesa ou vingança em resposta a ataques anteriores, além de antipatia em relação à vítima.

Vale dizer que, de acordo com estudo realizado pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná, o cyberbullying pode causar prejuízos à saúde mental, uma vez que as vítimas desse tipo de prática online experimentam impactos psicológicos significativos, desencadeando ansiedade e depressão, por exemplo.

Diferença entre bullying e cyberbullying

Uma das principais diferenças entre bullying e cyberbullying é o meio em que ocorrem. 

O bullying acontece em ambientes físicos, como escolas ou locais de trabalho, envolvendo interações presenciais. Já o cyberbullying acontece online, e pode atingir um público muito maior.

Afinal, as mensagens ou conteúdos ofensivos têm potencial de se espalhar rapidamente pela internet, afetando uma ou mais vítimas de maneira mais abrangente.

Locais mais comuns onde o bullying virtual ocorre

De acordo com uma pesquisa realizada em 2019 e divulgada pela UNICEF, no Brasil, 37% dos jovens afirmaram já terem sido vítimas de cyberbullying, sendo que o mesmo estudo constatou que é nas redes sociais onde ocorrem mais casos desse tipo de abuso.

Nessas plataformas, pessoas mal intencionadas podem postar montagens de fotos, mensagens difamatórias e outros conteúdos ofensivos direcionados às vítimas. 

Comunidades de jogos online são outro local em que o cyberbullying ocorre. Nesse caso, jogadores podem ofender uns aos outros durante as partidas ou em fóruns de discussão. 

Vale dizer que as práticas de cyberbullying, muitas vezes, assumem diversas formas, como você verá a seguir.

Práticas mais comuns de cyberbullying

As práticas de cyberbullying variam em complexidade e gravidade, mas todas elas têm o potencial de causar danos emocionais significativos às vítimas. Por isso, reconhecer cada uma é fundamental para criar um ambiente online mais seguro.

Hater

Um hater é uma pessoa que expressa ódio ou antipatia intensa em relação a algo, ou alguém. Essa aversão pode ser dirigida a uma pessoa específica, grupo de pessoas, celebridades, ideias, produtos, ou a qualquer outra coisa. 

Os haters são conhecidos por fazerem comentários negativos, críticas duras e, em muitos casos, ataques de maneira anônima ou pseudônima, especialmente em plataformas de mídia social, fóruns e comentários de blogs.

Essas ações podem ser consideradas uma forma de cyberbullying, especialmente quando os haters direcionam suas mensagens de ódio de maneira persistente a indivíduos, causando danos emocionais e psicológicos.

Sexting não consensual

Sexting é o ato de enviar, receber ou compartilhar mensagens, fotos, vídeos ou outros conteúdos de natureza sexualmente explícita, geralmente por meio de dispositivos eletrônicos, como smartphones, tablets ou computadores. 

O nome da prática é uma combinação das palavras “sexo” e “texto”. O sexting pode envolver mensagens de texto com teor sexual, imagens sensuais, vídeos eróticos ou mensagens de voz com conotação sexual. 

O sexting pode estar relacionado ao cyberbullying quando é usado de forma não consensual e maliciosa, visando humilhar, assediar ou prejudicar alguém. 

Leia também: Compartilhamento de imagens íntimas: como preservar sua privacidade online

Retaliação

Uma das formas mais frequentes de vingança no cyberbullying envolve o compartilhamento de informações pessoais, como números de telefone, endereços e segredos, com o intuito de prejudicar a vítima. 

Além disso, a pessoa mal intencionada pode divulgar conteúdo embaraçoso, como fotos comprometedoras ou vídeos, buscando envergonhar publicamente a vítima.

Disseminação de mentiras

Espalhar mentiras é uma prática frequentemente relacionada ao cyberbullying. Nesse caso, os agressores usam informações falsas, deturpadas ou difamatórias para prejudicar a reputação de uma pessoa na internet. 

Esse comportamento prejudicial pode tomar várias formas, incluindo a alegação de comportamentos criminosos, imorais ou desonestos de uma pessoa, muitas vezes sem nenhuma base na realidade.

Como prevenir e combater o cyberbullying

A prevenção e combate ao cyberbullying são essenciais para garantir um ambiente online mais seguro. Isso pode ser alcançado com a conscientização sobre os riscos e consequências desse tipo de ação por meio de campanhas educacionais. 

Também é importante incentivar as vítimas a denunciarem incidentes de cyberbullying às autoridades competentes ou às plataformas online onde ocorreu o abuso. 

Muitas redes sociais e sites têm mecanismos de denúncia para lidar com tais situações. Eles são projetados para lidar com diversos tipos de comportamentos inadequados.

O processo pode variar de plataforma para plataforma, mas, geralmente, envolve os seguintes passos:

Identificação do comportamento inadequado: os usuários são incentivados a identificar e relatar comportamentos inadequados, como bullying, assédio, ameaças, discurso de ódio, entre outros.

Acesso à ferramenta de denúncia: podem estar presentes nos menus de configurações do perfil, nos comentários, ou mesmo nos próprios posts.

Seleção do tipo de denúncia: os usuários selecionam o tipo específico de comportamento inadequado que estão denunciando. Isso ajuda as plataformas a categorizar as denúncias de acordo com a gravidade e o tipo de violação.

Fornecimento de detalhes: os denunciantes geralmente fornecem detalhes adicionais sobre a situação. Isso pode incluir capturas de tela, links para postagens específicas, ou qualquer outra informação relevante.

Análise da denúncia: as equipes de suporte e segurança da plataforma revisam as denúncias e determinam se elas violam as políticas da comunidade. Isso pode envolver uma análise detalhada do conteúdo denunciado.

Ação disciplinar: se a denúncia for considerada válida, a plataforma toma medidas disciplinares. Isso pode incluir a remoção do conteúdo ofensivo, a suspensão temporária ou permanente da conta do infrator, ou outras medidas apropriadas.

É importante notar que a eficácia desses mecanismos pode variar, e algumas plataformas podem enfrentar desafios na identificação e moderação eficaz de conteúdo prejudicial. 

A conscientização dos usuários sobre como relatar comportamentos inadequados e a colaboração entre a comunidade online e as equipes de suporte são fundamentais para combater o cyberbullying e outros problemas similares.

No caso de adolescentes, é importante estabelecer regras claras para o uso da internet, como limites de tempo online e a importância de manter informações pessoais privadas.

Além disso, uma comunicação aberta entre pais, professores e adolescentes é essencial para criar ambientes online seguros. Encorajar os jovens a compartilhar suas experiências, incluindo casos de cyberbullying, promove confiança e facilita a  orientação sobre como agir caso eles sejam alvo de ataques. 

Promover comportamentos respeitosos e éticos na internet, bem como a valorização da diversidade, também contribui para a prevenção do cyberbullying.

No entanto, apesar dos esforços de prevenção, o cyberbullying pode ocorrer. Nesses casos, é fundamental denunciar o comportamento às plataformas online, como explicado anteriormente, e registrar um boletim de ocorrência em uma delegacia especializada em cibercrime.

Não existe uma lei específica no Brasil que trate exclusivamente do cyberbullying. No entanto, algumas formas de cyberbullying podem se enquadrar em disposições de leis existentes relacionadas a crimes virtuais, como difamação, calúnia, injúria, ameaça, entre outros.

A legislação brasileira abrange crimes cometidos online, e várias leis podem ser aplicadas a comportamentos relacionados ao cyberbullying. A Lei nº 12.737/2012, conhecida como “Lei Carolina Dieckmann”, trata de crimes cibernéticos, como invasão de dispositivos informáticos e a divulgação não autorizada de informações.

Além disso, o Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014) estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil, e a responsabilidade por danos causados por conteúdo gerado por terceiros pode ser atribuída a quem o gerou.

Se o cyberbullying ocorrer no ambiente escolar ou no local de trabalho, é importante comunicar a administração para que medidas possam ser tomadas. Em alguns casos, é aconselhável consultar um advogado para avaliar as opções legais.

A coleta de evidências, como mensagens, postagens ou ações ofensivas, é importante para auxiliar nas investigações.

A prevenção e o combate ao cyberbullying requerem ação proativa

Em um cenário em que a segurança e o respeito online são essenciais, a Alares acredita que todos nós temos papel fundamental na promoção de valores que sustentam uma comunidade online saudável.

Um dos princípios fundamentais para atingir esse objetivo é a promoção da empatia, encorajando a compreensão e o respeito pelas perspectivas dos outros, mesmo em meio a divergências de opinião. 

Além disso, é vital reforçar medidas práticas de prevenção discutidas neste conteúdo. Ressaltar a responsabilidade das plataformas online na manutenção desses ambientes é essencial. 

 

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