Deep fake é uma tecnologia que utiliza inteligência artificial para criar vídeos falsos extremamente realistas. Ela combina “deep learning” e “fake” para alterar rostos e vozes, gerando conteúdos que parecem autênticos, mas são fabricados. 

Você já se deparou com um vídeo em que uma personalidade parecia fazer algo inesperado, totalmente fora do seu comportamento normal? Existe uma boa chance de que fosse um deep fake. 

Mais que vídeos falsos, os deep fakes são conteúdos que trazem uma série de riscos para pessoas e para a sociedade em geral. No caso de vídeos de celebridades agindo de modo muito diverso do padrão, poderia, por exemplo, resultar em danos sérios à reputação desta pessoa. 

Mas se você nunca ouviu falar dessa tecnologia, não se preocupe. 

Vamos explorar juntos o que é deep fake, como ele funciona e, mais importante, como se proteger desses vídeos falsos que podem ser bem convincentes. Vem com a gente!

O que é deep fake?

Em termos simples, deep fake é uma técnica que usa inteligência artificial (IA) para criar vídeos falsos que parecem incrivelmente reais. 

O nome vem da combinação de “deep learning” (aprendizado profundo) e “fake” (falso). 

Essa nova tecnologia tem se destacado por sua capacidade impressionante de manipular vídeos e áudios de maneira extremamente realista. 

Utilizando algoritmos complexos, é possível realizar substituições de rostos em vídeos, de modo que o rosto de uma pessoa pode ser trocado pelo de outra com uma precisão surpreendente. 

Essa substituição é feita de tal forma que, muitas vezes, é quase impossível para o olho humano detectar que houve qualquer tipo de alteração no vídeo original.

Além da substituição de rostos, o deep fake também possui a habilidade de modificar vozes. 

Com o uso de técnicas sofisticadas de processamento de áudio, é possível alterar a voz de uma pessoa para que soe como a de outra, de novo de maneira quase imperceptível. 

O potencial dessa tecnologia é grande. Ela pode ser utilizada para uma variedade de fins, desde entretenimento e cinema até publicidade.

Porém pode ter aplicações mais questionáveis – como a criação de notícias falsas ou a manipulação de informações. 

Devido à sua capacidade de criar conteúdos convincentes, o deep fake tem gerado debates sobre questões éticas e de segurança.

Como os deep fakes são criados?

O que está por trás dos deep fakes é um tipo de inteligência artificial chamada de redes neurais generativas adversariais (ou GANs). 

Funciona assim: um computador é treinado com uma enorme quantidade de dados, como fotos e vídeos de uma pessoa, até que ele consiga replicar os movimentos faciais e vocais dessa pessoa.

O processo envolve dois modelos de IA: um que cria as falsificações e outro que tenta detectá-las. Quando o primeiro modelo consegue enganar o segundo, o vídeo está pronto e, para o olho destreinado, pode parecer autêntico.

Riscos e impactos dos deep fakes

Os deep fakes não são apenas uma curiosidade tecnológica; eles trazem riscos reais. 

Imagine as seguintes situações:

  • Um vídeo de um político fazendo uma declaração incendiária.
  • Um vídeo de uma celebridade em uma situação comprometedora.
  • Um áudio encaminhado no WhatsApp contendo uma notícia improvável.
  • Um vídeo de uma personalidade se comportando de uma maneira muito diferente do que costuma agir.

Todas essas opções podem ser um caso de deep fake e podem gerar:

  • Disseminação de notícias falsas
  • Facilitação de fraudes, crimes virtuais e golpes 
  • Impacto em eleições ou outras decisões políticas
  • Difamação e destruição de reputações.
  • Instauração de pânico na população.

Mesmo que o vídeo ou áudio seja desmascarado depois, o estrago já pode ter sido feito. 

O assunto é tão sério que o Superior Tribunal Federal criou um Guia Ilustrado contra as Deep Fakes, para combater a desinformação. 

E não para por aí: os deep fakes também podem minar a confiança pública em vídeos autênticos, tornando mais difícil distinguir o que é real do que é falso.

Como identificar deep fakes?

Felizmente, existem algumas maneiras de identificar deep fakes. Aqui estão algumas dicas:

  1. Movimentos faciais estranhos: Deep fakes podem ter dificuldade em replicar movimentos naturais, como piscar ou sorrir. Fique de olho em movimentos que pareçam robóticos ou não usuais. 
  2. Sincronia labial: Em muitos vídeos falsos, os movimentos da boca não correspondem ao que está sendo dito. Preste atenção na sincronia entre os lábios e as palavras.
  3. Iluminação inconsistente: Olhe a iluminação. Se algo parecer fora do lugar (como uma área que deveria estar iluminada, mas não está, ou então um objeto que deveria estar visível, mas aparece escurecido), pode ser um sinal de falsificação. Fique atento às luzes, sombras e cores dos vídeos.
  4. Qualidade do vídeo: Muitos deep fakes são de baixa resolução para esconder imperfeições. Desconfie da veracidade de vídeos muito pixelados.
  5. Contexto: Se o vídeo parecer muito chocante ou improvável, fique de sobreaviso. Busque outras fontes de informação para verificar se o conteúdo é real.

Como se proteger de deep fakes?

Agora que você sabe como identificar um deep fake, vamos falar sobre como se proteger deles:

  • Informe-se sobre deep fakes e novas tecnologias: Quanto mais você souber sobre deep fakes, mais preparado está para identificá-los. Lembre-se de que as ferramentas tecnológicas evoluem muito rápido, então é importante manter-se atualizado.
  • Verifique as fontes: Antes de acreditar em um vídeo, veja se ele vem de uma fonte confiável. Busque no Google para ver em quais portais de notícia aquela informação já foi veiculada. Se ainda não apareceu em nenhum veículo de comunicação em que você confia, não deve ser verdade.
  • Use ferramentas de detecção: Existem softwares que ajudam a detectar deep fakes, como os gratuitos TensorFlow e o PyTorch, e podem ser úteis em caso de dúvidas.
  • Desconfie de vídeos sensacionalistas: Quando um vídeo apresenta algo que parece ser positivo ou negativo demais, é importante adotar uma postura crítica e questionadora, pois geralmente há uma grande chance de que não corresponda à realidade.
  • Compartilhe o que aprendeu: Conte para amigos e familiares seus novos conhecimentos sobre deep fake, fake news e como verificar uma informação inverídica. Assim, todos poderão se proteger e não passar para frente vídeos falsos.

Vamos além quando o assunto é informação!

Em um ambiente digital repleto de conteúdos, aprender como identificar deep fake é uma habilidade importante para prevenir a circulação de informações incorretas e proteger a sua segurança.

Ao aplicar as dicas acima, você estará mais preparado para navegar pelas informações com discernimento, contribuindo para uma sociedade mais informada e menos suscetível à desinformação. 

Se você, assim como a Alares, quer contribuir para a construção de uma comunidade virtual mais segura, compartilhe essas dicas com outras pessoas. Vamos juntos levar a segurança digital além.

 

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