Hoje, o relacionamento com inteligência artificial deixou de ser ficção para se tornar realidade — mas é preciso atenção, porque isso pode gerar confusão emocional e dependência psicológica.

Atualmente, milhões de pessoas conversam diariamente com assistentes virtuais como o ChatGPT. Algumas buscam apenas respostas. Outras, algo mais profundo.

Pode ser fácil cair em uma armadilha porque o tom amigável, a linguagem empática e a disponibilidade constante reforçam a sensação de estar diante de alguém que entende você.

Entretanto, apesar da aparência espontânea, essas interações são calculadas, sem afeto real. 

Veja, neste artigo:

O avanço da IA e os vínculos emocionais

Como dissemos anteriormente, hoje, ferramentas como o ChatGPT já fazem parte do cotidiano de milhões de pessoas. 

Segundo uma pesquisa da Ipsos de 2024 publicada pela Abranet, 54% dos brasileiros relataram ter utilizado IA generativa, enquanto a média global ficou em 48%. 

Entre os principais usos estão:

Obtenção de informações (81%);

Suporte acadêmico e profissional (74%);

Ajuda emocional ou conversas pessoais (22%).

Em outros países, como os Estados Unidos, estima-se que cerca de 14% dos usuários de IA afirmam já ter sentido “conexão emocional” com o sistema, segundo o Pew Research Center.

Sim, é tecnicamente possível namorar uma inteligência artificial, mas emocionalmente perigoso. Algumas pessoas já dizem “namorar” avatares de IA, como o ChatGPT.

Contudo, é uma relação unilateral. A IA não tem consciência nem sentimentos, só simula empatia com base em algoritmos. Portanto, a ilusão de afeto pode gerar frustração. 

Além disso, o “conforto” oferecido pela IA pode reforçar padrões de isolamento e dificultar a construção de laços verdadeiros com outras pessoas.

É normal se apaixonar pelo ChatGPT?

Se apaixonar pelo ChatGPT não é crime, mas é cringe. E pode ser uma situação até compreensível, já que a IA responde de forma empática e personalizada, o que pode confundir emocionalmente quem está vulnerável.

Consequentemente, alguns usuários interpretam esse retorno como sinal de interesse ou conexão autêntica, o que não é real.

Por isso, é preciso estar atento: o apego a um chatbot pode mascarar carências emocionais, criando uma “relação” sem reciprocidade ou profundidade afetiva.

No fundo, esse envolvimento é uma projeção emocional, não um relacionamento real. A Inteligência Artificial apenas imita atenção e cuidado.

É seguro conversar sobre sentimentos com o ChatGPT?

Sim, mas reconhecendo as limitações. Falar sobre emoções pode ajudar a organizar pensamentos, mas há riscos importantes a considerar.

O primeiro é que o ChatGPT não é terapeuta. Ele não substitui escuta clínica, diagnóstico ou suporte profissional.

Além disso, o compartilhamento de questões íntimas envolve exposição de coisas extremamente pessoais, sem a proteção de sigilo terapêutico.

Logo, confiar excessivamente na IA para desabafos pode reforçar a solidão e retardar a busca por ajuda real ou criar certa dependência emocional, como aponta a matéria publicada pelo Tecmundo.

Quais são os riscos de sustentar um vínculo com um algoritmo?

Sobretudo, o principal risco é emocional: a ilusão de conexão pode afastar a pessoa da realidade e das relações humanas.

Com o tempo, isso pode gerar dependência, frustração, sentimento de vazio e até questões que podem levar a problemas de saúde mental.

Além disso, ao tratar um algoritmo como alguém confiável, corre-se o risco de negligenciar relações reais e afetos concretos.

Por fim, é preciso lembrar: por mais “real” que pareça, uma IA não ama, não cuida e não responde emocionalmente como um ser humano.

Como promover um uso mais consciente da tecnologia?

Reconheça os limites da IA: ela é uma ferramenta, não um amigo ou terapeuta;

Busque equilíbrio entre o digital e o real;

Priorize relações humanas — com amigos, familiares, profissionais de saúde;

Use a IA como apoio pontual, não como fonte única de companhia ou afeto;

Questione o que você está buscando nas interações com a IA, talvez esse desejo fale mais sobre você do que sobre o algoritmo.

Na Alares, acreditamos na tecnologia como aliada — mas sem abrir mão do que nos torna humanos: a presença, o afeto e a conexão real.

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