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Última atualização: 05/06/24 às 03:06

Stalkear é a prática de monitorar ou seguir obsessivamente alguém, online ou na vida real. Isso pode envolver o acompanhamento das atividades e interações da pessoa sem o seu consentimento. Esse comportamento pode ser invasivo e perturbador, podendo até ser considerado crime em alguns contextos.

Nos últimos anos, com o uso cada vez mais frequente das redes sociais e a facilidade de acesso à informação pessoal online, um termo tem ganhado destaque quando o assunto é privacidade e segurança na internet: stalkear.

É importante ressaltar que esse comportamento, que geralmente começa no ambiente virtual,  pode evoluir, tendo desdobramentos e consequências sérias para a vida fora do digital.

Mas, afinal, o que significa stalkear, dentro e fora do ambiente online, o que é um stalker e quando essa prática pode ser considerada um crime? 

Neste artigo, você entenderá mais sobre a prática do stalking (perseguição), como identificar esse comportamento, quando ele pode ser considerado um ato criminoso e o que fazer se for vítima de um stalker.

O que é stalkear?

Stalkear é um termo derivado do inglês “to stalk”, que significa perseguir ou rastrear alguém de maneira obsessiva. 

Na era digital, essa prática geralmente envolve monitorar compulsivamente as atividades online de uma pessoa, vasculhando suas redes sociais, registros públicos e qualquer outra fonte de informação disponível na internet. 

Fora do ambiente online, a perseguição pode incluir seguir a vítima fisicamente, aparecer inesperadamente em lugares que ela frequenta, enviar presentes não solicitados ou mensagens, e até mesmo vigiar sua casa ou trabalho.

Embora possa parecer inofensivo para alguns, o ato de stalkear pode rapidamente cruzar a linha para o comportamento obsessivo e invasivo, levantando sérias questões de privacidade e segurança.

Leia também: 7 medidas de segurança nas redes sociais que você deve colocar em prática

O que leva alguém a ser um stalker?

As motivações por trás do comportamento de um stalker podem variar bastante. Em alguns casos, a prática de stalkear alguém pode ser impulsionada por curiosidade, inveja ou pelo desejo de manter algum tipo de conexão com a pessoa alvo antes ou após o fim de um relacionamento. 

Na maioria das situações, o stalker vê o ato como uma forma de manter algum controle ou influência sobre a vida da vítima, ultrapassando os limites pessoais de quem está sendo perseguido.

Características de um Stalker

Identificar um stalker nem sempre é uma tarefa simples, pois seus comportamentos podem variar amplamente. No entanto, alguns padrões tendem a ser comuns entre aqueles que perseguem obsessivamente outras pessoas. 

Stalkers frequentemente demonstram uma fixação intensa pela vítima, dedicando uma quantidade desproporcional de tempo monitorando suas atividades online e offline. 

Eles podem tentar se inserir na vida da vítima de maneira inadequada, como aparecer em locais que ela frequenta, enviar mensagens constantes, ou tentar entrar em contato com seus amigos e familiares para obter informações. 

Stalkers muitas vezes não reconhecem ou ignoram os limites pessoais, insistindo em uma conexão mesmo quando claramente não é desejada. 

Eles podem alternar entre comportamentos extremamente amigáveis e agressivos, dependendo da reação que recebem de suas ações.

Em casos mais graves, um stalker pode recorrer a ameaças diretas ou indiretas, vandalismo e outras formas de intimidação para exercer controle ou influenciar a vida da vítima. 

Compreender essas características pode ajudar a identificar comportamentos de perseguição e tomar as medidas apropriadas para proteger-se.

Quais são os tipos de stalker?

Baseado em informações divulgadas por José Navas Júnior, Delegado de Polícia com ampla experiência em combater delitos digitais, um artigo no Jusbrasil aborda os diferentes perfis de stalkers identificados através de estudos na área. Estes são categorizados da seguinte forma:

  • Stalkers de Rejeição: este grupo persegue suas vítimas buscando alterar, corrigir ou retaliar uma rejeição sofrida, como, por exemplo, um divórcio, término de relacionamento ou demissão;
  • Stalkers por Ressentimento: movidos por um sentimento de injustiça, estes indivíduos têm como objetivo principal intimidar e causar sofrimento à vítima, vendo suas ações como uma forma de “vingança”;
  • Stalkers Amorosos: eles têm a intenção de criar um vínculo amoroso profundo com a pessoa perseguida. Convictos de que a vítima é sua “alma gêmea” destinada, perseguem-na sob a crença de que estão predestinados a ficarem juntos;
  • Stalkers Inábeis: caracterizam-se pela falta de habilidades sociais e de cortejo, possuindo uma obsessão ou, em alguns casos, uma convicção de terem direito a um relacionamento íntimo com quem despertou seu interesse amoroso, geralmente direcionando sua atenção a indivíduos que já possuem um parceiro;
  • Stalkers Predatórios: com o objetivo de espionar e monitorar a vítima, este tipo de stalker planeja meticulosamente um ataque, muitas vezes com conotação sexual.

Stalkear é crime? 

Stalkear pode sim vir a ser um crime. A legalidade do ato de stalkear varia significativamente de acordo com as leis de cada país ou Estado. 

No entanto, muitos governos têm reconhecido os potenciais perigos associados ao stalkear, especialmente quando se manifesta fora do ambiente online e se torna perseguição física ou ameaça à segurança de alguém. 

Como resultado, diversas jurisdições ao redor do mundo têm implementado leis específicas para lidar com a perseguição. 

No Brasil, a Lei 14.132/21, que enquadra a perseguição (stalking) como crime e eleva a pena para até três anos de prisão, entrou em vigor no ano de 2021, segundo o artigo publicado pela Câmara dos Deputados no mesmo ano.

Quando o ato de stalkear se torna crime?

  1. Perseguição persistente: uma característica comum que transforma o ato de stalkear em um crime é a persistência. Monitorar alguém de forma obsessiva, seja online ou fisicamente, especialmente após solicitações para parar, é frequentemente considerado perseguição e, portanto, ilegal.
  2. Ameaças e intimidação: enviar mensagens ameaçadoras, fazer postagens intimidadoras ou qualquer outra forma de comunicação que faça a vítima se sentir insegura ou ameaçada pode ser classificado como comportamento criminoso.
  3. Invasão de privacidade: Tentativas de obter informações pessoais sem consentimento, como hackear contas de mídia social ou e-mail, também podem ser consideradas ilegais sob as leis de privacidade e proteção de dados.
  4. Impacto na vida da vítima: Quando o ato de stalkear afeta significativamente a vida diária da vítima, causando-lhe medo, ansiedade ou prejuízo à sua liberdade ou integridade física, ele é frequentemente tratado como um crime.

Como se prevenir de um stalker

Proteger-se de um stalker requer uma abordagem proativa e consciente da própria segurança e privacidade, tanto online quanto offline. 

No ambiente digital, isso significa ajustar as configurações de privacidade das suas redes sociais para controlar quem pode ver suas postagens e informações pessoais, evitando compartilhar detalhes que possam revelar sua localização ou rotina diária. 

É prudente ser seletivo sobre quem você aceita ou adiciona como amigo e monitorar regularmente a lista de seguidores para identificar possíveis contas suspeitas. 

Fora do ambiente digital, é importante manter um círculo de confiança, compartilhando informações sobre possíveis preocupações com amigos e familiares para que eles possam ajudar a identificar comportamentos estranhos. 

Além disso, ser discreto sobre os lugares que frequenta pode diminuir as chances de um stalker poder monitorá-lo fisicamente. 

Em situações em que você se sinta ameaçado, não hesite em buscar ajuda das autoridades locais, comunicando suas preocupações e fornecendo qualquer evidência de comportamento de perseguição. 

Adotar essas medidas preventivas pode fazer uma diferença significativa na sua segurança pessoal e bem-estar.

O que fazer se suspeitar que está sendo vítima de um stalker

1. Reforce as configurações de privacidade online

A primeira linha de defesa contra stalkers é garantir que suas contas de redes sociais estejam configuradas com o máximo de privacidade possível. 

Limite o acesso às suas publicações, fotos e informações pessoais apenas a pessoas que você conhece e confia.

Você pode fazer isso acessando o menu de configurações, disponível no seu perfil em cada uma das redes.

Leia também: Privacidade na internet: 04 dicas para proteger seus dados

2. Não responda

Se você suspeitar que está sendo stalkeado, evite interagir com a pessoa. Responder ou confrontar o stalker pode encorajá-lo a continuar ou intensificar seu comportamento.

3. Documente tudo

Mantenha registros de todas as interações, mensagens, comentários ou outras formas de contato que o stalker possa ter com você. Essas informações podem ser importantes caso você decida buscar ajuda legal ou policial.

4. Informe à plataforma

Se o stalkear ocorrer em uma plataforma de mídia social, utilize as ferramentas fornecidas pela plataforma para denunciar o comportamento. 

Muitos serviços online levam essas denúncias a sério e podem tomar medidas para restringir ou banir o usuário ofensivo.

5. Busque apoio

Não hesite em buscar o apoio de amigos, familiares ou profissionais. Lidar com um stalker pode ser uma experiência emocionalmente desgastante e ter uma rede de apoio pode fazer toda a diferença.

6. Considere buscar ajuda legal

Em casos mais sérios, onde sua segurança pessoal pode estar em risco, é necessário buscar aconselhamento legal. Fale com um advogado para obter orientações sobre como tomar medidas legais contra o stalker.

Internet mais segura e humanizada

A internet criou novas possibilidades para interagirmos. Contudo, criou também novas situações que podem ser desafiadoras para a forma como nos relacionamos, como o stalking.

Embora o ato de “stalkear” possa ter começado como um termo coloquial para descrever a verificação casual das redes sociais de alguém, seu lado mais obscuro pode envolver questões muito sérias que ameaçam a segurança das pessoas. 

Entender os limites entre a curiosidade e a violação da privacidade é essencial na era digital, assim como reconhecer que o stalkear, sob muitas formas, pode ser considerado um crime com sérias consequências legais.

Aqui, na Alares, temos não só o compromisso em oferecer serviços de internet de qualidade, mas também de incentivar o uso seguro e humanizado dessa ferramenta, que é tão presente no nosso dia a dia. 

Juntos, podemos ir mais longe quando o assunto é internet mais segura e humanizada!

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